Música a bordo do Navio Mariposa, na viagem de volta ao Brasil.
Acervo de Aribides Rodrigues Pereira
Cumprida a missão na Itália, os pracinhas retornaram ao Brasil, divididos em escalões. A operação de retorno à Pátria teve início em 11 de julho de 1945, quando o primeiro contingente embarcou, em Nápoles, e foi concluída com a chegada do último escalão ao porto do Rio de Janeiro, em 3 de outubro do mesmo ano.
Dalla Costa, que estava acampado em Francolise, relata que, “certo dia, mandaram que apanhássemos todo o material, pois partiríamos para outra missão. Arrumamos tudo e subimos num caminhão. Ao me dar por conta, estávamos ao lado do Navio Pedro II. Restava-nos embarcar e retornar ao Brasil”.
A rota de retorno não era padronizada. Dependendo do escalão, diferentes países e portos foram visitados. Por isso, houve grande variação entre os tempos de viagem. Aribides Pereira lembra que, quando estavam prestes a retornar ao Brasil, os norte-americanos detonaram as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, e que, ao saírem de Nápoles, em agosto de 1945, a bordo do Navio Mariposa, os soldados não sabiam se estavam retornando para o Brasil ou se seguiriam para o front do Pacífico, combater as tropas japonesas. Após saberem que a guerra estava encerrada também no Pacífico, a viagem de retorno ficou mais leve e, em geral, era mais rápida que a de ida. Música e descontração passaram a ser comuns a bordo, e até ajudavam a minimizar os efeitos dos já conhecidos enjoos.
Mário Santos retornou em julho. O grupamento em que veio passou em Portugal e realizou um desfile em Lisboa. Recorda que, “na despedida, a população portuguesa acenava no cais do porto com bandeirolas do Brasil e nós trazíamos bandeirolas de Portugal, numa emocionante demonstração de amizade entre as duas nações”.
José Pereira diz que a viagem de retorno transcorreu de maneira totalmente descontraída. Para ilustrar, menciona que, nas proximidades da Linha do Equador, todos recebiam o batismo de marinheiros ultramarinos. O desafio consistia em encontrar a linha que divide a terra em dois hemisférios. Quem não conseguisse enxergá-la, para ser batizado, tinha de segurar em um cabo de aço lambuzado de graxa e óleo, simbolizando a tal linha. Algum marinheiro norte-americano, fantasiado de deus Netuno, com um tridente em punho, comandava o cerimonial. Ao final, os participantes da brincadeira recebiam o diploma da Marinha dos Estados Unidos.
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