Tropa da FEB marchando / Créditos V de Vitória
Por Israel Blajberg
8 de maio de 1945, o Dia da Vitória Aliada na Europa, representou um marco relevante na história do Brasil, único pais latino-americano que participou da 2ª Guerra Mundial enviando tropas para a Europa. Centenas de nossos bravos soldados, marinheiros e aviadores fizeram o sacrifício supremo da própria vida na luta para ajudar a libertar o mundo do nazi-fascismo.
Hitler pretendeu se vingar de uma nação pacífica e ainda rual, lançando uma blitz submarina no litoral brasileiro, com o torpedeamento de mais de 30 navios mercantes, acarretando o sacrifício de mais de 1.500 preciosas vidas de brasileiros inocentes.
Em apenas 4 dias de agosto foram torpedeados 6 navios, desaparecendo no mar 600 patrícios inocentes. Diante do clamor popular nas ruas, o Governo reconhece o estado de beligerância, e em 31 de Agosto de 1942 o Brasil declara o estado de guerra com a Alemanha e Itália.
O povo brasileiro se uniu contra o nazismo. Participamos ativamente do conflito com nossa Marinha combatendo os submarinos nazistas e protegendo comboios, cedendo o uso de bases aéreas e navais, enviando suprimentos estratégicos e formando a FEB – Força Expedicionária Brasileira, com 25 mil soldados e 70 Enfermeiras, e o 1º Grupo de Aviação de Caça (Senta-a-Pua), com 500 integrantes e 6 Enfermeiras.
Eles estavam a bordo dos navios que fizeram frente à KriegsMarine do Almirante Doenitz e de Hitler, que cruelmente torpedearam nossos mercantes com a perda de um milhar de preciosas vidas brasileiros. Voaram nos aviões P-47 do 1º Grupo de Aviação de Caça, o Senta-a-Pua. Guarneceram o litoral e ilhas oceânicas. Lutaram em Montese, Monte Castelo, Fornovo, em todos os lugares onde se afirmou a bravura e determinação do soldado brasileiro, cidadão fardado. Nomes que representam para o Brasil o mesmo que Stalingrado, o Dia D, Bir Hakeim, El Alamein, a Batalha da Inglaterra, o Levante do Gueto de Varsóvia, enfim, todos os lugares onde a mesma determinação esmagou o pretenso Reich milenar que só durou 11 tenebrosos anos, que tanto custaram a Humanidade.
Passados 75 anos, a união nacional e a luta dos nossos bravos soldados na 2ª. Guerra Mundial assume um significado cada vez mais atual. O exemplo de sacrifício pela Pátria, tão necessário nos dias de hoje, ficou na história como o maior legado dos combatentes para todos os brasileiros.
No 8 de maio, recordar esta memória será reconhecer os esforços daquela gente brasileira, daquele país pobre e rural dos anos 40, atacado por uma das mais poderosas potências militares da época, pela ultramoderna arma submarina, que soube dar uma resposta a altura, graças ao povo e aos estudantes na rua que fizeram com que o governo de Getúlio declarasse guerra ao Eixo. Foram os cara-pintadas da época.
Hoje o mundo parece sofrer de uma amnésia coletiva e seletiva no que diz respeito a acontecimentos não tão distantes. Faz-se mister combater toda e qualquer manifestação de intolerância, como o neonazismo, o terrorismo fundamentalista, e falácias como a negação do Holocausto, crime terrível. Transcorridos 75 anos da Vitória, esta data tão significativa deve estar sempre na lembrança dos povos, como um farol da luta pela liberdade e democracia.
https://fontesdahistoriadesergipe.blogspot.com/2020/02/o-heroi-sergipano-da-2-guerra-mundial.html
Obrigado deste artigo. Sei que no RU e outros lugares da Europa, as comemorações tem-se feitas, apesar do vírus. Nos EUA, quem sabe?
Em todos casos, deveria estar sem dizer que tais acontecimentos ficam de importância, e ainda mais destes tempos, que do normal. Tragicamente acho que o senhor tem razâo: a memória popular é muito curta e distraída. Só resta para a gente come o Portal FEB manter a lembrança.
“Quem esquece a história se condana a repetir-la”.